César
César não governa.
Nem sabe se sua esposa é respeitável.
César já não sabe e já não sabe saber.
César abraça os louros de outras Primaveras e aguarda o fim do Inverno.
Tal não o satisfaz, não o encontra, não o deixa respirar.
Ar frio.
César sobrevive sem o Senado.
Saberá o Senado sobreviver sem César?
Viverá algum deles?
César não governa.
É eloquente sua esposa.
Encaracoladas palavras de Oceanos confusos e vivos.
Todos já sabem.
Nos templos, nos lugares, nas ruas, mil imagens de sua esposa.
Todos já sabem.
Palavras acabadas e curtas. Suspiros. Sorrisos pequenos.
César não governa.
Seus louros são do passado.
Glórias e fortunas em abandono, não as recorda.
Escondido César.
Revelada sua esposa.
Respeitável e eloquente.
César.
Hoje é Nero.
Labaredas e incensos.
Fins e degredos.
César
Amanhã é Júlio.
Flores e fragrâncias.
Louros Primaveris.
.
.
.
César não governa
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home