"Ontem não vieste"
Ontem não vieste.
A cidade virou deserto.
Minha existência apenas sede.
Ontem não vieste.
Ausência de carinho.
Vazio de luz.
Nessa vida de veludo negro até as estrelas dançaram tímidas e sem brilho, num firmamento, desprovido de ti.
Ontem não vieste.
Hálito frio e oceânico.
Conspiração das algas em abraços falhados de escorregadios dedos.
Ontem não vieste.
E não viste.
E não brilhaste.
E não sentiste.
Cidade em deserto entardecer de fumos gélidos.
E suspiros sem fim.
3 Comments:
Lindo!!! A ausência deixa-nos sempre um pouco desertos... às vezes mesmo desertos de nós...Bjs
Como sempre a tua escrita não desilude.
A ausência povoada de suspiros e a natureza cheia de nada que também cessa de existir na plenutide habitual.
Há dias em que ninguém vem para nos tirar o frio do corpo, o baço dos olhos e o deserto das vivências.
Suspiros...
Amiguinha como me compreendes!!
O frio do corpo não digo, não tenho, mas o baço dos olhos, esse é imperador.
Um beijo
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