2006-12-29

"Marginalidade"

Pontes ligam-nos e pontes separam-nos.

Quem dera uma ponte para me atravessar.

Rasgar estas duas margens…

Emoção e discurso.

Estripados siameses.

E depois de novo irmanados.

Unidos nesse umbigo de concreto e ferro.

E candeeiros, muitos candeeiros curvilíneos, de largas lâmpadas xénon.

Pontes apartando e costurando.

Suturas de feridas descarnadas.
Peles e dentes.
Gengivas sangradas.
E pequenos nadas.

Pontes… Rasgos de pequena luz fútil de ambição etérea.

Quem dera uma ponte para me unir de novo com essa margem.

Marginalidade.

Amor e desamor. Saber e perguntar.