2015-06-03

A quente!

Escrevo a quente!
Já nem me lembro há quantos anos não escrevia a quente!
É bom faz-lo, sem me julgar e sem saber se sou ou serei julgado.
E o raio da chama....
O raio da chama não apaga...
Não esmorece nem arrefece...
Raio da chama!
Há que rir!
Há que rir e chorar.
Somos um eterno e fugaz instante no tempo.
E no éter, tudo o que se escreve a quente perde a forma. Perde a vida.
É cinza que nunca foi árvore.
É urina que nunca foi bexiga.
Raio da chama que não sabe esmorecer.
Só talvez brincar e esconder.
Há que rir e talvez também chorar.
Assim é a chama da vida.
Assim é a chama da vida, olhos nos olhos.
E no éter tudo o que se escreve a quente é eterno. Enquanto dura a sua vida.
E nunca foi pátria.
E nunca foi pária.
E nunca foi p que pariu!
Ai o raio da chama que escapa pelos dedos, que escorrega, cabelo delgado. Longo cabelo delgado, agora dourado, agora amado.
Ai o raio da chama que se esconde e arde sobre a pele.
Pele, quente.
Quente.