2006-02-19

"Ligeiro toque de putrefacção"

Numa poça de meu sangue, nasceu minha Eva prenha.
Chamei Ana, à progenitora e Clara à descendência.

Eram ambas Maria, como promessa de redenção.

Numa poça de meu sangue amargoso e com um ligeiro toque de putrefacção vi teu fim, em cruz escarlate e tons terra.

E nasces-te.
Maria.
Maria Ana.
Maria Clara.
Num instante de agonia e fim, poça de meu sangue fecundo, em fim criador.

Nesse tom de ironia sarcástica e putrefacta, toda a luz era carmim e púrpura e escarlate. Como incêndio de luxúria pelo término do meu tempo aqui.

Maria.
Maria Ana.
Maria Clara.