2006-12-31

"Alvorada"

Na alvorada te encontrei, na alvorada te abracei, na alvorada te deixei partir.

Na alvorada, onda vem, onda vai. Anos e anos, rendilhados retratos bordados a grãos de areia e conchas do mar.

Na alvorada, onda chega, onda parte. Dias e dias, folhas vazias e depois cheias, conchas com vida, conchas sem vida.

Na alvorada vi-te chegar. Sorriso terno e caminhar pouco firme. Rosto elevado, carregado nas asas do vento.

Na alvorada música indecisa e indelicada, mensagem de fundo disforme, labaredas, suor, ruído e o ritmo pacifico da maré.

Na alvorada caracóis, cabelos, face, aconchegos de tantas luzes, nascimento e descoberta.

Na alvorada, íris, magia, fragrância, minhas mãos em teu alvo e gentil rosto. Pele, delicada delicia. Supremo e sublime deleite.

Na alvorada, lábios, beijos, perfume, calor. Pele, tua na minha, infusão, licor.