Perdão
Perdão?
Não.
Não terei esse descanso ou consolação.
Tenho de pagar em sangue, em raiva e em lágrimas.
Esse novo-velho amor, amorfo e amordaçado.
Loucos amantes com açaimes de aço, eternamente apáticos.
Só isso fomos.
Mentimos?
Nem sei se mentimos.
Acorrentados a palavras desprovidas de actos ou consequências.
Não tenho fuga ou salvação.
Parou aqui o relógio derretido no calor dos minutos, suor do interior, seco e amargo.
Não tenho sombra nem esperança.
Cotovias ou corvos também não sei bem...
Lamparinas rubi escamoteiam recantos angulares.
Loucura de ausências e discursos perdidos de sentidos.
Cala-te e beija-me!
Adaga dourada.
Língua.
Sem perdão.
Para sempre em silêncio.
Nem sei se menti.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home