2006-05-22

"Rio de motes e epilogos"

(O mote:)

Ninguém quer a paixão do poeta, só desejam o amor do homem.

E como um é o outro,

nada se vive,

nada se completa,

nada se transforma.

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Ninguém sabe nem quer a paixão do poeta

Acordar no mesmo leito, desposar, envelhecer em conjunto, tal pode ser até amor, mas não é paixão, não é poesia.

Ninguém sabe nem quer, mil nome em mil línguas, cada som novo és tu, plural e eterna tu.

Cada cor, mil cores, mil luzes, mil sombras, novas, és sempre tu.

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(O Epilogo:)

Ninguém sabe nem quer, amores e desamores, recantos, recontos, pausas e reencontros de desencontros.

Ninguém sabe nem pode, paixão é sempre forte demais, fútil demais, frágil demais.

Ninguém, nem as Tágides aqui no rio.

Nem anjos ou outras criaturas aladas.

Paixão é sempre fogo, sempre ardente chama que não esmorece, dias e noites a arder em fogo-fátuo...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Paloma Bianca Zuzarte

11:31 da tarde  

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