"Rio de motes e epilogos"
(O mote:)
Ninguém quer a paixão do poeta, só desejam o amor do homem.
E como um é o outro,
nada se vive,
nada se completa,
nada se transforma.
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Ninguém sabe nem quer a paixão do poeta
Acordar no mesmo leito, desposar, envelhecer em conjunto, tal pode ser até amor, mas não é paixão, não é poesia.
Ninguém sabe nem quer, mil nome em mil línguas, cada som novo és tu, plural e eterna tu.
Cada cor, mil cores, mil luzes, mil sombras, novas, és sempre tu.
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(O Epilogo:)
Ninguém sabe nem quer, amores e desamores, recantos, recontos, pausas e reencontros de desencontros.
Ninguém sabe nem pode, paixão é sempre forte demais, fútil demais, frágil demais.
Ninguém, nem as Tágides aqui no rio.
Nem anjos ou outras criaturas aladas.
Paixão é sempre fogo, sempre ardente chama que não esmorece, dias e noites a arder em fogo-fátuo...
1 Comments:
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Paloma Bianca Zuzarte
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