2006-11-27

"Manias"

Uma amiga querida, das letras, das palavras, das emoções, uma vizinha, uma mulher cá da terra, fez-me um desafio, um destes dias.

Um desafio simples, sim sem dúvida.

Explanar-me e espraiar-me nos meus pequenos pecados, nas minhas pequenas rotinas, nessas manias que são tanto de mim como eu delas.

E... Eu disse-lhe um dia.

Um te digo e te conto.

Um dia moeda ao ar.

Das minhas manias não reza a história.

Mas uma é mais forte. E reina sobre todas as memórias.

Essa implacável e tantas vezes imperecível Paixão.

Que morre tantas vezes na flor da idade, tenra e juvenil e ainda tão inocente.

Raio de mania…

E a Vida, nos seus dias rosa, nos seus dias em fogo, nos seus dias de veludo negro de abandono. É sempre a minha mania. A ela me agarro, mesmo quando ela me chuta, me empurra e me afoga em tempestades e desilusões.

Manias…

E o verbo, o verbo e o sujeito. E os adjectivos. Imensos, imensos. A mania de escrever e reescrever sentimentos, sentidos, descobrir e redescobrir. Dar a conhecer. Morrer tantas vezes no verbo, no sujeito, no adjectivo.

Viver, na Paixão, no verbo. E na Íris da Paixão. Suicídio sadomasoquista este meu. Dia a dia imenso, no qual nado mesmo que sem perícia.

E mais nada.

Tudo o mais é passado de futilidade já senil, não existe.

E uma mania, que contigo partilho amiga. A das chaves, como se tudo tivesse fechadura e código e abertura.

Chaves, chaveiros, mistérios e segredos. Se tudo se revelasse assim num passe de mágica, assim desmontar de um segredo.

Mas não o destino rouba-nos essa revelação, essa luz.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E a tua paixão extrapola e incendeia as páginas, arde nos olhos, inflama os fonemas, as letras, as palavras e as frases. É bom escrever dessa forma, mas é igualmente benéfico ter paixão em tudo o que se faz, embora seja coisa rara nos dias que correm.

A paixão anda por vezes perdida, e sei que quando pensar assim, visito o teu cantinho, e lembro-me que ela existe.

Bjs

PS. A mania das chaves... lol, hás-de emprestar-me uma para abrir a porta enferrujada do armário dos sonhos...

pONTA sOLTA

10:57 da manhã  
Blogger Marinheiro said...

És amorosa, tens talento e há paixão nas tuas palavras, sim, sem dúvida, estás a um passo da perfeição.

Bjs

3:10 da tarde  
Blogger Ponta Solta said...

A perfeição não existe Marinheiro. Contenta-me ver se as pessoas lutam para se aperfeiçoarem, e nossa imperfeição, saber que é isso que temos de fazer é que é perfeito.

Beijos

3:26 da tarde  
Blogger Marinheiro said...

Pona Solta é por tal que estás a um passo da perfeição.
Até lá és divinamente imperfeita.

Até lá és poetisa de devaneios poéticos bonitos e profundos.

Sentidos e sentimentos sempre tão pulsantes, mesmo quando se arrefece o dia e perdes as cores do rosto.
Sentidos e sentimentos almejando essa eternidade maior, esse salto, rumo á perfeição.

Por vezes pergunto-me se tu e eu temos 5 anos ou 500...

Beijos

3:34 da tarde  

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