2007-07-12

MACBA


Museo d’Art Contemporani de Barcelona

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“Un Teatro sin Teatro”

coproduzido pelo Museu Berardo de Lisboa

Um Teatro sem Teatro.

Uma amostra de arte moderna onde teatro e a arte visual se mescla.

E tantas questões surgem.

Um Teatro sem Teatro.

Nesta vida em que supostamente somos actores e espectadores, que o dia a dia é o palco. Onde se encaixa um Teatro sem Teatro?

E numa aventura do modernismo e do pós modernismo nos atiramos tanto como somos atirados.

Foram 7,5 Eur de entrada. Eu teria dado o dobro se soubesse o que me esperava.

O que ainda me espera agora que sinto e absorvo tudo que vi, ouvi e senti.

A arte como a vida não tem um preço.

E esse foi apenas o custo do bilhete de entrada, não de modo algum o custo da viagem ou do bilhete de saída, se o houvesse…

Um Teatro sem Teatro

Fase um:

Um Teatro sem palco apenas actores e espectadores. Como se fossemos corpos unidos pelo mesmo ar, pelo mesmo umbigo, pelo mesmo peito fundido, numa só mensagem, numa só emoção.

Fase dois:

Um Teatro de palco e de actores. Todos nos atropelamos nas nossas deixas e ditos, nas nossas emoções.

Esquecemos tempos idos onde não existia palco e tu e eu, nós éramos apenas actores e espectadores fundidos qual Adão e Eva. Somos caos. Somos caos de emoção. Somos caos de emoções. Nem uma nem outra criadoras.

O corpo e o seu meio.

Nossos corpos.

Que se mesclam mas não se unem.

Somos providos de boca e palavras mas não de ouvidos e compreensão.

Fase três:

Um Teatro de palco e reflexos.

Intrincadas e complexas relações. Dias e dias de ditos e palavras e de perda de emoções. Tudo isso e mais, tudo isso e uma catástrofe qualquer, nuclear, multinuclear, um caos que se nos submerge e que emerge acima de tudo o mais.

Queda o palco nada mais.

Minto.

Quedo o palco e reflexos de uma coisa qualquer.

Nem chega a ser reflexos do que fomos ou quisemos ser.

Não!

Não chega a tal longe. Mero reflexo de uma coisa qualquer.

Fase quatro:

Um Teatro, sem Teatro sem actores ou espectadores.

Omnipresente, Omnisciente, Omnipotente.

Como Ente Divino.

E dele toda a sapiência toda a existência toda a consciência.

Fase cinco:

O Nada que tudo consome.

O Nada que tudo alberga.

Nada que não é Nada.

Fase seis:

E agora?

E agora?

E agora?

Três vezes pergunta o artista qual Moliére do século XXI, tentando avisar os actores, tentando preparar o palco, tentando acordar o público.

E agora?

E agora?

E agora?