2007-06-30

Naufrágio em céu pastel


Rumo a lugar algum.
Bebo essa embriaguez sem fim que não sei travar.

O gelo é naufrago que se dissolve sem retorno, como minhas palavras o foram para ti naquele dia.

Rumo a lugar algum.
Esse pão salgado não o sei digerir.

Cubo de gelo em naufrágio cerca ao mar, veludo negro de sufoco e asfixia naquele dia.

Rumo a lugar algum.
Vejo céu em fogo, rosto em fogo, olhos em fogo.

Afogo-me rumo ao mar, estendo-mo na areia.
É de veludo o céu.
É cheia a lua.
É a maldição da palavra.
É a maldição do sangue a correr nas veias.

Aguardo.

Rumo a lugar nenhum.
Salga-me o corpo com as nossas lágrimas.
E deixa-me ir nesse naufrágio gelado amiga.

4 Comments:

Blogger Wellington de Melo said...

O arquétipo do naufrágio para mim é de uma tristeza sem par.
Bonito.

3:17 da tarde  
Blogger Marinheiro said...

Também para mim amigo, por isso o texto.
Um abraço
Pedro

4:06 da tarde  
Blogger Ponta Solta said...

Naufraguei por aqui...

O mar é tão imenso, e no entanto encontramos por lá tantas almas amigas...

Beijinhos

2:57 da tarde  
Blogger Marinheiro said...

Olá querida Ponta Solta, agradeço a tua visita, volta sempre.
Um beijo

3:02 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home