Naufrágio em céu pastel
Rumo a lugar algum.
Bebo essa embriaguez sem fim que não sei travar.
O gelo é naufrago que se dissolve sem retorno, como minhas palavras o foram para ti naquele dia.
Rumo a lugar algum.
Esse pão salgado não o sei digerir.
Cubo de gelo em naufrágio cerca ao mar, veludo negro de sufoco e asfixia naquele dia.
Rumo a lugar algum.
Vejo céu em fogo, rosto em fogo, olhos em fogo.
Afogo-me rumo ao mar, estendo-mo na areia.
É de veludo o céu.
É cheia a lua.
É a maldição da palavra.
É a maldição do sangue a correr nas veias.
Aguardo.
Rumo a lugar nenhum.
Salga-me o corpo com as nossas lágrimas.
E deixa-me ir nesse naufrágio gelado amiga.
4 Comments:
O arquétipo do naufrágio para mim é de uma tristeza sem par.
Bonito.
Também para mim amigo, por isso o texto.
Um abraço
Pedro
Naufraguei por aqui...
O mar é tão imenso, e no entanto encontramos por lá tantas almas amigas...
Beijinhos
Olá querida Ponta Solta, agradeço a tua visita, volta sempre.
Um beijo
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