Desterro
Abnegado e dedicado coração. Arrancava-o num segundo se assim o desejasse meu amor. Mas não, não o quer e não o farei.
Sou órfão e apátrida.
Como a lágrima do tubo de ensaio.
Analisada até ao fim.
Se vive ou se jaz fria e morta não interessa é e será apenas outra lágrima minha com amargo travo a flores guardada num tubo de ensaio escondido no jardim.
Labirinto verde e rosa.
Imóveis outros rostos que não os teus do passado miram de volta, no rosto que não este mas o outro do futuro.
Não caibo em mim. Não é alegria nem tristeza o que nos domina.
Tão pouco caos ou vazio.
Não caibo em mim.
Olhar cheio de água, rasa em lágrimas a guardar eternas no jardim secreto. Pintado a ocre e verde. Agora com sabor a deserto e a desterro.
Labirinto carnal.
Coração, partiu.
Viagem perdida. Olhos vasos de verde e rosa.
Parou.
Tudo parou.
Tempo até de parar o pulsar tão velho como tu.
Não lhe chames paixão.
Nem a insultes com poesia.
Labirinto carnal.
Sei que te desejo.
Mas não rasgaria meu peito outra vez.
Não nem por ti.
Abnegado e dedicado coração.
Já cá não mora.
Assim não o arranco neste nem no próximo segundo.
Não sei se voltará.
Se mo devolverá o deserto...
Desterro no teu colo sardento e feliz.
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