2004-09-18

Futilidade

Não é amor. Talvez seja apenas a tua demência. Ou um reflexo do que um dia desejamos que fosse.

Na luz negra e fria de uma garrafa vazia, mais dois copos ímpios sobre o divã.
Gotejam de teus lábios palavras doces…
É apenas licor.
Talvez licor beirão ou licor de scotch.
Com mil raios cala-te!

Não profanes esse verbo.
Não profanes mais esse verbo.

Trajou-se de futilidade o verbo amar quando o lançaste desses lábios, cor de cereja, como uma ofensa mortal contra mim.

Não profanes ainda mais esse verbo.