2004-07-13

Nem

nem culpa nem perdão.
de nada nos acusamos.
nem da esperança podemos falar
nem do dia ou da noite
o tempo já há muito que nada vale.

sem perdão como sem nome
e sem culpa como que frios de desnudos.

nada vislumbramos no outro
nem desejo tão pouco amor.

abandono? o de quilos perdidos na esfera dessa cintura abocanhada de
prazeres vãos.
não será nunca felicidade.
nem nunca padecerá de morte.

não chegou a ser.
esse dia.
sem culpa e sem mentira.
prejurio de fragrância rubra e lilás.
um corpo celeste inquieto.

sem dia nem lugar.
sabor inócuo e febril na insalubridade da gota de suor que não nos demos.

sem noite nem sombra.

sei sem culpa e sem perdão
e sei sem ideia formada.

beijo colado no fundo da boca, não se fomando,nem se deformando, puro e
casto.
quase alvo e puro.
assim sem culpa e sem desejo

um colo alabastrino talhado na capa de um livro, com sabor a fundo de copo
cheio, não vertido, não desejado, sem dia de perdão ou castigo.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tudo na vida tem perdão. Assim eu acredito que seja.
Por isso "sem dia de perdão" é apenas a fúria, a angústia, a dor do momento que falam.
Quando se ama, perdoa-se!E falo em amar as simples coisas como um pedaço de papel com letras negras até ao amor por um filho, por uma mulher, por Deus.

"Nem" só assim a vida se vive.

"Com" a vida tem mais para nos dar e nós para receber!

JF- 29/08

3:04 da tarde  
Blogger Marinheiro said...

o perdão é uma permissa base, por isso o tento negar aqui. como a culpa outra permissa base. na verdade são apenas palavras proferidas no sentimento do momento.

3:48 da tarde  

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