2004-09-28

"Equador"

De algum modo ou forma estou contido.
Aprisionado ou agrilhoado de forma sem substância só com sentido.
Tolhido.
Contido em gestos, vontades, palavras.
Se não houvesse distância haveria abraço.
Se não houvesse mudez haveria carícia.

Certezas das incertezas?
Sim e não.

Só no calor entre tuas coxas e colhendo teus peitos seria eu. Só aí seríamos nós.

Certeza!

Sorriso gentil, em olhar hipnótico. Um recado desse umbigo perfumado e rosado.

Incerto?

O fim do dia. Só o fim do dia é incerto. Volátil. Rosa. Laranja. Vermelho. Roxo. Tantos tons.
Humidade da pele de teus lábios. Ardendo. Por dentro, por fora, não mais contendo.

Não estivesse eu agrilhoado a outro tempo e distância e apenas pensaria no que trazes vestido.
Não fosse este o triste estado das coisas e apenas sonharia em despir-te essas calcinhas rosadas e não mais ser noite, apenas ser madrugada. Húmida e quente. E não mais ser Península Ibérica mas ser sim Equador.

Sol de meu contentamento, teu corpo de rosto gentil e rosado.