2004-09-28

"Fome"

Apetite voraz, não sei, nem o sabes saciar.
Maldito apetite, furacão de fome, esburaca-me como trapo velho.
Apetite.
Sede.
Cegueira destes sentidos.

Trôpego, preferia alcoolizado, talvez charrado.
Mas não.
Rei este apetite de ácido destruidor.

Tudo o que me atiram aos pés é sempre pouco ou pequeno.
Tudo o que ganho a pulso é efémero.

Apetite.
Um dia seduziu este apetite, outro de mim.
Outro sangue outra luz no olhar.

Desencontrada e desarranjada fome.
Mas também ela tem um nome.

Tu.