2008-05-07

Finalmente


Digo-o sem o dizer e conto-o sem o contar.
Suspiro.
Sou um estranho de mim.
Sorriso.
Um estranho de mim.
Amanhã será um novo dia.
Hoje tarda tanto.
Mesmo debaixo do céu estrelado o hoje tarda imenso.
Digo-o e conto-o num olhar.
Suspiro.
Ergo o olhar, perscrutando no infinito a resposta divina.
Talvez em mim.
Talvez em mim um dia a resposta divina.
Sorriso.
Estranho.
Sou de mim mesmo.
Amanhã sei que será um novo dia.
Hoje no embalo do melhor dos barbitúricos entrego-me.
Estranho.
Eu.
Eu mesmo.
Hoje, tanto se demora.
Que venha o fim.
Que venha o finalmente!