2008-05-25

Amei-te

Amei-te mulher. Como sempre te amei. Como sempre me ensinou a vida a amar. Com entrega total e de forma absoluta. Amei-te mulher. Com todo o ar que me corria nas veias e nesta tantas vezes amarga existência, fui feliz, algum tempo contigo. Com todo o ar que me corria nas veias e vontade de o ter, respirei, suspirei e expirei por ti.
E respirei, suspirei e expirei, até esse acto de traição consumado sem aviso, sem apelo, sem razão, sem tino, sem calor algum. Adaga trespassando as costas até ao peito.
Amei-te mulher.
Como se ama da primeira vez.
Como se ama da última vez.
Como se ama da única vez.
E mataste-me sem aviso.
E mataste-me sem aviso, golpe certeiro, nas costas, na direcção do peito.
E agora…
Que me esvazio de sangue.
De ar.
De amor.
Que me esvazio, em poça disforme, em corpo inerte, em poça disforme, em corpo inerte.
Amei-te mulher.
Não quiseste meu amor.
Tanto melhor.
Não quiseste minha vida
Tanto melhor.
Amei-te mulher.
Não me corre sangue nas veias.
Não me circula ar no corpo.
Tanto melhor.
Aguardo Fénix.
Suas lágrimas.
Para que das cinzas, eu como ela, volte a sentir:
Vida!!!!!