2008-06-02

Nos meus sonhos...


Nos meus sonhos sempre trajaste de negro.
E eram sonhos de dúvidas e abandonos.
De solidão quase sempre.
Vestias-te de negro e de encontro ao veludo celeste tantas vezes não te via.
Mas sentia-te. Quase sempre. Sim. Estavas presente quase sempre.
Como as estrelas. Algumas estrelas. Uma, duas. Como se teu olhar mesmo que cerrado me mirasse onde quer que estivesses.
Como as estrelas. Bela. Quente. E desconhecia teu nome. Como os das estrelas. Desconheço. Tantos nomes. Apenas o brilho. Apenas o brilho conheço. E me ofusca e me encanta e me aquece.
Nos meus sonhos sempre trajaste de negro. E nunca era luto. Era sempre alegria. Mesmo na tristeza. Na minha que me toma e conquista tantas vezes.
Tremia de solidão quase sempre. Abrias teu sorriso. E nesse calor franco, sincero e honesto, fazia minha praia, minha casa, minha morada. E aquecia.
Nos meus sonhos sempre trajaste de negro.
E havia firmamento.
E havia esperança.
E havia alento.