2004-10-03

"Sim"

Ver-te é desejar-te. Tocar-te é devorar-te.

Veres-me é sumir-se tudo o resto. Tocares-me é devorares-me.

Estares no alcance de um suspiro é o céu. Profano, quente e vermelho céu. Abençoado por mil querubins e mil mafarricos.

Passo no precipício final, seres esse alguém, só tu és esse alguém infinito e eterno.

Como a vida que renasce na íris de teus olhos, assim todas as madrugadas, como o incenso que queima sem fim.
Altar.
O Mar.
Em fúria como cabelos despenteados, renascendo nesses luares perfeitos desenhados na tua boca, feliz.

Umbigo, o teu, prazeres etéreos, em ti, em mim.

Mais além, fogo já no fumo de um sim.

Teu rosto e corpo delicado e gentil.

Sim.