"Veneno"

O meu veneno?

A minha dose de veneno; Injecto-a na íris, todos os dias.

Chamo-lhe beleza.

Reflexos do raiar do dia na pele de tuas coxas suadas.

"Alarme"

Alarme em SOS.
A todos acorda.
Treme o ar e a distância.
Só em teu nome não acerta.

"Diferenças"

Um amanhecer faz toda a diferença

Assim como um anoitecer.

Assim como uma palavra, ou um suspiro.

Estar vivo faz toda a diferença.

E escrevo e leio.

E todos os dias fazem diferença.

E um dia, um dia, hei-de descobrir para onde olham as musas de Alphonse.

"Trompas"

Chamei-lhe anjo azul-cobalto. Chamei-lhe salto no abismo.

Paladinos e outras espadas.

Paladinos e outras asas.

São negras a estátuas desse templo.

São douradas suas trompas e suas asas.

Olhares sem tempo.

Anjos e Arcanjos.

O fim dos tempos.

Actos e consequências.

"Sabes?"

Sabes quando a emoção é grande e o tempo te ultrapassa?

Sabes quando as palavras são ínfimos grãos de pó? Todos teus movimentos se esfumam em nada?

Sabes essa prisão sem barras? Acontecimentos e ditos que te ultrapassam?

Sabes esse vazio, oco e opaco, sinistro que só um abraço amigo pode curar?

Sei que sabes.

"Amizade"

Amizade é sorrir no teu sorriso e chorar nas tuas lágrimas.
Coisa diversa seria egoísmo.