2007-08-29

Garota de Ipanema




A primeira vez que acreditei num amor irremediavelmente trágico sem futuro nem sentido foi no som e na imagem de bossa-nova.
Já lá vão mais de dez anos.

"Garota de Ipanema

Olha que coisa mais linda,
Mais cheia de graça
E ela menina
Que vem que passa
Num doce balanço
Caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado
E mais que um poema
E a coisa mais linda
Que eu já vi passar

Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo e tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo sorrindo
Se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

De: Tom Jobim e Vinícius de Moraes"

Hoje resta pouco, por vezes alguma melancolia.
Outras apenas tristeza.
E a certeza que quando amamos é para sempre.
E para sempre é sempre tempo demais.
E para sempre ocupa sempre espaço demais.
E para sempre toma sempre ar demais.

"Ah, se ela soubesse"...

2007-08-12

Arco


Avizinha-se o Tejo.
Fim da rua.
Inicio do Arco.
Triunfo!
Avizinha-se o Tejo.
Leio nele palavras.
Recita-me poesias de cor.
Fim da rua inicio de outro caminho.
Rumo ao Oceano!
Um passo, um passo apenas!

Utopia


O coração bate. Não uma vez mas dez, vinte, cem, um milhão.
Tantas imagens num segundo.
Tantas emoções!
O coração bate. Quadro de cem cores, mil, um milhão.
Palavras correm frenéticas.
Soltas, livres, desnudas.
Tantas!
O coração bate.
Não um segundo.
Não um instante.
Um eterno lugar no tempo.
Aqui faço a nossa morada.
Neste batimento.
Neste, em que nervosa me dizes olá pela primeira vez.
Estás radiante.
O céu contigo.
Neste batimento, todo o mundo, todo o nosso mundo.
O coração bate. Agora. Não sei se baterá logo.
Aqui.
És eterna.
Dizes olá pela primeira vez, vamo-nos Amar neste momento.
Dádiva divina.
Olá sim és tu.
Olá sim sou eu.

2007-08-09

"Clube Bairro do Amor"



O Jorge é um senhor, um poeta, um artista, um amante, um português, um motivo de alegria e orgulho.

http://casino.moonlight.pt/index.php?template_id=164

Hoje no Casino do Estoril deve-se ouvir de novo o:

Bairro do Amor

No bairro do amor a vida é um carrossel
Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de côr
Por gente que sofreu por não ter ninguém

No bairro do amor o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem

No bairro do amor a vida corre sempre igual
De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o Sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar

O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há hotéis nem hospitais
No bairro do amor cada um tem que tratar
Das suas nódoas negras sentimentais

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem


Ano: 1989 de e por: Jorge Palma

Amigos, hoje, aproveitem por mim.

O Bairro do Amor é uma realidade não uma ilusão.

E o Amor é uma realidade jamais uma ilusão

2007-08-07

Estrela

Anoitece.
Surge uma estrela no horizonte.
Nasce por entre o céu em fogo que se finda.
Anoitece.
E esse brilho ainda que pueril é perene e eterno.

2007-08-03

Infernal azul


A vida como uma viagem.
Comboio disparado mundo fora.
Casas, casas, pontes, rios, muito verde, verde até ao limiar da loucura.
A vida como uma viagem.
Disparada vida fora.
Sorri-te, embala-te e engana-te.
Disparada noite fora.
Sorri-te, enamora-te e espanta-te.
Disparada madrugada fora.
Sorriso sôfrego e sincero.
Rouba-nos o ar, corre-nos a vida mundo fora.
Casas, casas, pontes, rios, muito verde, verde até ao limiar da loucura.
E infernal azul celeste.