2005-12-29

"Punhado"

Um punhado de gotas de chuva e outro de neve.
Um punhado que escorre, outro que derrete.

Não sei porque fogem os rios, que esperam alcançar no mar? Descanso eterno? Afogar suas mágoas? Sufocarem-se no salgado leito das sereias?

Um punhado de beijos e uma mão cheia de tuas carícias.
Fome, fome, não me sacio de ti.

Não sei porque foges…

"E chega 2006..."

É um deslumbre.

Chove, escorrem gotas devagar pelo cabelo, depois rosto e braços abaixo destino a um rio de cera negra, macadame antigo.

É uma ilusão.

Imersão, gel quente, calafrio na espinha e arrepio nos ossos. Sedução.

É utopia de dia perfeito, Sol de Inverno, praia coberta de flocos de neve.

Em geometrias perfeitas libertas palavras, rosto em sorrisos delicados, suspiros, dias claros já não invernosos.

É encanto.

Arco-íris, brilhos de todos os tons, escalda-me teu rosto de modelo em minhas mãos pequenas.

2005-12-22

2006

O ano aproxima-se do fim e mais do que não conseguimos fazer; E mais do que o que queremos fazer; Temos de juntar o que aprendemos e estarmos felizes por todos os dias estarmos um pouco mais próximo da sabedoria dos velhinhos.

2005-12-19

"Cruel"

A cruel verdade é que não te deixarei de querer enquanto não te tiver.

Chama-lhe obsessão, chama-lhe sonho irreal.

Não deixarei.

Como se fosses o último laivo de luz, Rubi a lapidar em madrugadas sem fim, sem sono, escura noite de promessas.
Teu olhar claro, única salvação, única esperança, única fé possível, neste decadente fim do mundo.

A cruel verdade, é que entre obsessão e outras cegueiras só tu és eterna em todos os despertares.

A cruel verdade, é que esse céu laranja e rubro, tem teu nome, e a rebentação do Oceano ecoa todas tuas palavras.

Chama-lhe obsessão, chama-lhe sonho irreal.

Não consigo estar só. Não consigo ouvir-me pensar.

É uma doença que só morreria em teus lençóis. Um dia. Um dia. Daqui a muito anos talvez.
Talvez o permitas, talvez o concedas.
Talvez o permita, talvez o conceda...

2005-12-16

"Felicidade"

Dizes que há mais no céu, do que poderemos contar numa noite.
Digo-te que sim.
Há mais no céu do que poderemos contar nesta vida.
Dizes-me que sim.
Ouço teu sorriso.

Sou feliz, e todo firmamento connosco.

Ouço teu coração quase saindo do peito.
Sou feliz, ouves o eco dos sonhos.

Veludo.
Dia, noite.
Veludo.
Cabelo, olhar.
Veludo.
Lábios quentes.
Veludo.

2005-12-07

"Uma outra tu"

És perfeita e perpétua nas palavras que te dedico e com as quais me encantas.

És perpétua, perfumada e perfeita, como flor que não deseja nome.

És ouro em fogo, lábios em labaredas, pele em vapor…

Segredo de veludo quente e subtil.

Segredo, noite cerrada.

Segredo, murmúrios e carícias gentis.

Segredo, curva da tua nuca.

Perfeita e perpétua. Ontem foste eterna em meu peito.

Palavras, te dedico e com elas me encantas hoje.

Perfeita, amanhã… Flor sem nome, apenas desejo.

2005-12-05

"Barreira"

Imagens de ti.
Sacramento de fim do dia.
Teu cão ao colo e noite já cerrada.
Fiz-me a caminho.
Mil imagens de ti.
Chuva batendo no pára-brisas.
A lareira de tua casa.
Duas cervejas vazias, um saco de amendoins.
Fazia frio.
Fotos de férias e casamentos.
O Garfield e o Odie na Tv, teu cão de colo, de língua de fora.
Corre o dia, escorre como a chuva lá fora.
Mais madeira na lareira
Não fazemos promessas.
Quatro cervejas vazias na mesa.
Uma história, outra, outra.
Coroação de memórias e outras estórias.
O bom que é, o bom que já foi.
Frio não quebra a barreira da janela.
O filme termina, desligas a Tv.
Acabou até a música Celta.

De volta.

De volta ao meu mundo aqui distante.

Ontem foi um sonho gentil.
Hoje, dia de tempo parado e céu aberto.
Não gosto.
Hoje, dia de trabalho incerto.
Não gosto.
Ontem, ontem, o frio não quebrava a barreira da janela.