Nuvens serra e vento

São suspiros e são furacões.
São lapidares emoções.
São sorrisos.
São beijos.
São dias e são noites.
E são nada um sem o outro.
E são nada nem luz nem escuridão, um sem o outro.
São suspiros.
E são ventos Alísios reunindo-se no equador.

Bela

Mais bela, não ficas. Porque não podes. Nesse teu rosto de perfeição sublime, és Deusa, és divindade solar. És Vénus e meu desejo é todo ele eólico e teu corpo calfrio.
Mais bela ainda, não és.
Porque tal nem tu podes.
Nesse teu sorriso maroto e franco. Estrelas e Sóis. Nos quais se espraiam praias, nos quais se queimam mortais.
Calafrio.
Os irmãos eólicos.
Rios e mares.
Loucura dourada e verde.
Toda a lucidez em teu rosto.
E embriaguez.
Tanta embriaguez…

Verde

É Outono e por entre árvores desnudas de folhas quase em fogo protejo-me no verde que me vê, que me abraça, que me rodeia, que me ilumina.
É Outono. Por entre a morte das folhas existe vida.
É Outono.
Quase Inverno.
Avizinha-se a neve.
A chuva.
Só o verde estará sempre presente.
Caloroso verde.
Esperançoso verde.
Fértil verde.
Sem idade.
Eterno verde.