2007-01-30

"Vela"

Desgarrado de tudo, sufoco ainda na paixão de outros dias.

Mas afinal, quantas vezes amei?

Uma? Duas? Três vezes?…

Tempo escorrendo eterno por entre mãos delgadas.

Tempo escorrendo, cabelos rebeldes.

Tempo escorrendo, estrelas, veludo celeste, frio…

Essa vela alumia o beco, mas não o firmamento.

Essa vela ilumina teu rosto, mas não tua íris de sol nascido, de sol-posto.

"Disperso"

Beijos de sal.

Quantas vezes te posso amar?

Beijos de sal.

Quantas vezes te posso dar o que já não tenho?

Beijos.

Quantas vezes o poderás receber?

Fins e recomeços.

Beijos.

Afagos.

Carícias.

Oceano espraiado no meu pára-brisas.

Orvalho em entardecer rosado e violáceo.

2007-01-29

"Fonte"

Fonte de palavras e de sonhos.

Edifícios, nuvens, segredos.

Fonte de puras correntes e plácidas nascentes.

Edificas poesias e prosas.

Fonte de nascimentos e maresias.

Elegias em cantos e versos.

Fonte de apaixonadas alegrias.

2007-01-18

"é tempo"

tempo tirano!

meço-te e divido-te em tantas partes...

mas fica sempre a mesma soma.

reparto-te em segundos, em dias, em anos...

a última palavra permanece sempre tua.

e neste correr de tinta, de horas de eras,

neste decorrer de histórias…

és o único senhor eterno!

"Contraste"

Se és a bela, eu serei a fera.

Mera ilusão eterna.

E a vida.

Em aventura destemida.

És a arte… Eu serei teu traste!


2007-01-10

"Tudo é..."

A Vida mesmo quando amarga é um deleite de poesia.
E no passar dos minutos e dos dias, mesmo não querendo somos eternamente felizes.