2008-08-31

Magia

Hoje o oceano é só melodia.
Magia.
As estrelas são só luz.
Magia.
Teu sorriso é só felicidade.
Magia.

2008-08-23

Viagem


Viagem de seda e pimenta.
De sal e noz-moscada.
Viajo ébrio rumo ao Oceano.
A fortuna irei encontrar.
Abalo nesse rumo, sob o luar.
Até as estrelas já sabem meu destino.
Viagem, seda pimenta outras especiarias.
É o Oriente, querida é o Oriente chamando meu nome.
Busco glória e fortuna.
E os lábios de sereia no percurso.
É Neptuno meu sogro, teu pai.
Em suas barbas as ondas e as bonanças.
Em meus braços teu corpo sua maior bênção.
És sereia.
E eu rumo ao Oriente.
E eu rumo ao teu Oceano.

2008-08-21

Lagoa


Grande sorriso em espelho de água.
Corre ligeira brisa e ao de leve entra a noite.
Vejo nessa luz mágica, teu vestido de mil rosas como se fosse a primeira vez.
Grande sorriso, franco, honesto, sincero.
A ternura nasce nesse sítio, por entre calhaus e o pequeno lago.
Ouvem-se vacas pastar ao longe.
Obrigas-me a ter cuidado, não pelas vacas, não pelos espinhos das rosas em eu vestido, centenas, mas pelo teu pai que ordenha os animais ali no estábulo a dois passos.
Grande sorriso, só tenho ouvidos para ele, só tenho olhos para ti.
Pequeno lago de tantos reflexos.
É no verde do lago que tudo nasceu é no verde do lago que tudo morreu.

2008-08-18

Oriente


Ouço melodias do Japão.
É um vento mágico que trespassa uma cana e que atravessa meu coração.
Sopro de vida.
Um dia.
Sorriso.
Umbigo.
Luz de Amor.
Ouço melodias do Oriente.
É sempre pimenta e canela e seda.
Sedução maior de rostos exóticos.
Finais de dia eróticos prelúdios de noites ardentes.
É tudo rubro e dourado.
Paixão fatal. Olhos rasgados.
Lábios, lábios, lábios.
Encarnados e rubis.
Carnudos.
E Jade.
Oceano imenso de Jade.
E esmeraldas.
Meninas dos olhos.

2008-08-17

Amor que vem

O Amor vem quando mais precisamos.
Nunca nos abandona, nunca nos deserta.
Por vezes, por nossa tão grande culpa não o sentimos.
Damos espaço ao frio e ao vazio.
E então quando toda a esperança parece perdida.
Surge esse sorriso feliz, aberto e sincero.
Surgem esses olhos de Sol, esperançosos e brilhantes.
O Amor vem quando mais dele precisamos.
Como arco-íris, como bênção divina, como praia de areia dourada e céu perfeitamente celeste.
Nunca devemos dar espaço ao frio e ao vazio.
Cabe sempre mais uma réstia de luz e outra e outra e outra, até ser completo o astro dourado, maior, belo na sua força criadora e libertadora.
O Amor vem quando mais dele precisamos, isso, eu sei, isso, eu sempre soube.
E… É tão bom que assim o seja.

2008-08-11

Vela

A vela apaga-se. Resta-lhe pouca cera por onde arder. Tremeluz. Diminui seu brilho dourado. A vela apaga-se. Suspiro-lhe, quase em sopro, desafiando-a para uma derradeira aventura, para uma derradeira investida de amor. A vela apaga-se, deixa escorrer as suas últimas largas e mornas gotas, para a doce e imaculada terra. Entristeço-me ainda mais. Dedico-lhe um demorado olhar, como que o último. Seu salgado corpo estremece. Já viu de tudo, felicidade e dor. Experimentou a luz. Viverá em breve o inverso. A vela apaga-se. Meus amigos a vela morre. Já viveu de tudo e foi feliz sem o saber. Hoje queda-se em silêncio. Resta-lhe pouca cera por onde viver. Morrerá de certo. Ainda jovem, mas com um derradeiro brilho imenso. A vela apaga-se. E com ela também o seu tormento.
Namasté