"Carlos"
Depenicava notas como louvores, como amores.
Depenicava notas, que me transcendiam, como da primeira vez que amei.
Depenicava notas, como os beijos quentes que roubei à porta de tua casa.
Depenicava notas.
Ouço-o hoje.
Poesia, poesia.
Página de poesias do poeta Pedro Miguel Marinheiro. Autor de "Dulcineia o Livro" da Editora Amores Perfeitos e co-autor de "Novíssimos" da Editora Ausência. Poesias e alguns poucos devaneios. Sempre presente o Amor e o Mar; Blog of the Portuguese poet Pedro Miguel Marinheiro. Author of "Dulcineia O Livro" and joint author of "Novíssimos." Poetries and a hand full of dreams. Always present the Love and the Sea.
Depenicava notas como louvores, como amores.
Poesia sem pétalas, não há, não pratico; Poesia sem fragrância doce em madrugada plena de desejos não há, não pratico. Poesia sem suspiros sedosos e finais, entregas e juras, não há, não pratico. Poesia sem o ar a arder até ao horizonte em mil milhões de tons ocre, não há, não pratico.
Pedras rugosas, decepadas em formas rectilíneas.
Não resisto, mas nem sequer tento.
Suster a respiração esse é o truque.
Tudo arde. Até eu queimo os dedos nas palavras e nas fotos.
Um pouco de mim.
O Sol brilha demasiado para que o miremos.
É Verão.
Gostava de não conhecer esse sorriso.
Magia é conhecer a mágica que transpira desse lábios.
Era uma vez, perde-se sempre no tempo.
O copo está sempre meio cheio.
Canta-me uma música sem sons, um sorriso sem lábios, um dia sem luz.
Um trago de caneco de barro.
Like a little boy once said: “Sticks and stones may break my bones, but words will never hurt me”
Um dia no tempo disseste que eu Amava Amar.
Sagrado é o dia.
Sempre julguei ter algo em mim a salvo.
Segredo-te sorrisos sem saber ao certo se os saberás escutar.
A água do rio evapora. A água do rio afoga-se do mar. A água do rio corre e foge.
Se nu estou é porque de roupas prescindo.
Loucura.
Não saber sabendo, não desejar desejando.
Ar negro com rebites de estrelas.