2010-09-15

Tempo

Tanto tempo sem escrever, sem te escrever doce sereia, tanto, tanto tempo.
É enganoso o tempo, sempre enganoso e fugidio, como o dia e a noite, o doce e o sal.
Amargo e Perfumado.
Ilusório tempo.
Tanto tempo sem escrever, ar viciado e colado aos pulmões.
Escorre meu suor, lento, lento, procuro atento retratos desse tempo que passou.
Digo e sinto sempre, tempo, correndo, ora lento, ora lesto, mas sempre, sempre ilusório.
Cola nos dedos, nos cabelos, perco-lhe a conta, perco-lhe o ínicio e perco-lhe a vista do fim.
Cola nos olhos, sonolência sem fim.
Engana-me o tempo e eu a ele.
Que não ficou, nem agora vai.
Tanto tempo sem ir e sem vir.
E volta o tempo, espelho, mar, céu, estrelas sem fim.
Chega o Outono.
Querida sereia, tanto tempo, sempre tanto e ainda mais.
Enfim chega a noite.
Por fim chegará.
Silêncio.
Demência insolência e dormência.
Ah!
Tempo quanto tempo faz que não digo e escrevo?
Ah!
Quanto tempo faz que não falo e falo e...
Tempo... Maldito, vem e vai, volta e não fica. Ilusão de rugas e cabelos brancos.
Tempo... Um dia, um dia rirei eu no fim!
Até lá falo e falo e falo e digo e...
Chega o Outono e uma e outra vez sem fim!