Para quando o fim da guerra?
Fim do sofrimento e do ódio?
Fim da crueldade e das atrocidades?
Para quando?
Esses canhões que não param de vociferar.
Solo que não cessa de abalar.
Explosões e incêndios.
Demasiado sofrimento e sangue e morte.
Para quando um fim?
Séculos sucedem-se, história mantem-se.
Até as mulheres permanecem na loucura de enviar filhos para morrer na guerra.
Nada faz sentido.
Guerra ignorante.
Para quando o fim?
Para quando um fim?
Herança sem tempo, pedra, cobre, ferro, aço, fogo, átomo.
Impera a discórdia e o ódio.
Para quando Amor?
Para quando coragem?
Um dia.
Um dia, há muitos anos.
Eu pleno de coragem, fiz-me ao rio, enfrentei a morte.
Mirei-a nos seus olhos de vazio abismo.
Gritei-lhe hoje não!
Não enquanto eu estou de guarda.
Não no meu turno de vigia.
Gritei-lhe hoje não!
E com Amor salvei uma vida.
E nesse Amor salvei a minha vida para sempre.
Hoje.
Hoje!
Para hoje!
Amor!
Coragem!
Salvação!
Hoje!